O Imaginário

A mística da Iª Secção assenta em 3 pilares:
O Livro da Selva (Maugli),
Jesus e,
S. Francisco de Assis.
O Livro da Selva de Rudyard Kipling, foi a obra escolhida por Baden Powell como base da Secção.
Este Livro, faz através dos animais uma descrição rigorosa da sociedade.
Através desta história os Lobitos começam a identificar-se pouco a pouco com Máugli, a criança frágil, corajosa, criança integrada na Alcateia, feliz rodeado de amigos e “família”. Assim o Lobito quer ser como o seu Herói – Máugli.
A Selva é para a criança símbolo de aventura e mistério, local do fantástico onde esta gostaria de viver, conhecer e descobrir os seus tesouros. Ao transpormos a criança para este mundo fantástico, onde levamos a conhecer, brincar, aventurar-se na Selva, ajudamos a criança a descobrir-se e a descobrir os outros.
A Selva é o símbolo ao qual o Lobito atribui um valor de verdade com um significado capaz de
compreender.
“Nos lobitos, o sorriso do escuteiro deve ser um riso aberto. O riso neutraliza a maior parte dos
defeitos das crianças e promove a alegre camaradagem e a abertura do espírito.”

O Povo da Selva é constituído por animais que falam, pensam, experimentam, vivem em sociedade submetidos à Lei da Selva.
Cada animal representa uma qualidade, um aspecto, uma tendência, uma disposição de espírito
humano. Mas mais ainda encontramos na Selva de Seiôuni, uma sociedade organizada, com as
suas leis, a que todos estão submetidos.
Assim vamos conhecer de uma forma breve as personagens da Selva e as características que
representam.

Àquêlà, é a figura paternal, representa aquele que é capaz de dar e de
se dar, acumula a maior experiência, pode estar à frente, é aquele que guia, que
põe tudo o que é (a sua sabedoria, força e valor de serviço) ao dispor da sua
Alcateia.

Balú, é o Urso. Com um bom humor quase infantil, preocupa-se com as outras coisas,
inquieta-se, interessa-se com o que é verdadeiramente importante. Apesar de não estar
sempre, aparece sempre que necessário. Representa a maturidade e o bom senso
adquirido com a experiência. Desengonçado e de andar pesado…

Bàguirà a pantera, é ágil. Representa a astúcia e a rapidez, enfim a acção
sagaz. É com ela que Máugli aprende a caçar…

Cá, a serpente. Serpente centenária, não é agressiva, uma pitão… É lenta , mobiliza-la exige
trabalho. Impõe um certo respeito e salva Máugli em algumas situações, com os
Bandarlougues. Representa uma parte mais profunda da personalidade humana,
com um ritmo diferente e que procura caminhos diferentes.

Racxa, a mãe Loba, que acolhe Maugli, tomando-o como seu filho.

Existem ainda outros amigos Rama, Haiti, Tchill, etc.

Xer Cane, um tigre velho, que faz muito barulho mas é cobarde. Representa a vaidade, a
imbecilidade e falta de verdade e autenticidade, é uma fachada. É o principal inimigo de Máugli.

Tábàqui o Chacal. É adulador e está na sombra de Xercane. É mesquinho e deixa aos outros o
trabalho de caçar, vagueando atrás deles para comer os restos. Representa homem fraco e volúvel que necessita da protecção do forte e a paga a um preço inaceitável: a adulação, a lisonja, o louvor.

Bândarlougues são o Povo desorganizado, sem disciplina nem lei, de indivíduos pouco asseados,
barulhentos, indisciplinados e descuidados com as crias. Maior parte do tempo, copiam os outros
animais. São desprezados na Selva. Opõem-se ao Povo organizado da Alcateia.

Por fim, Máugli, a criança com a qual cada lobito se pode identificar. Que cresce, aprende e
quando é tempo integra-se no Mundo dos Homens…

“Máugli, a rã, te chamarei…”
Rudyard Kipling, O Livro da Selva,

A Fundamentação da Alcateia
O primeiro fundamento da Alcateia é a Obediência, assim O Lobito escuta Àquêlà. A criança
aprende o respeito e obediência.
O segundo fundamento é a capacidade de renúncia aos interesses individuais em prol do colectivo, ou seja, O Lobito não se escuta a si próprio. O lobito não faz as coisas como lhe apetece mas pensa primeiro próximo, na Alcateia, e depois em si.

As máximas por seu lado, traduzem de forma infantil, as atitudes e condutas próprias de quem
está bem consigo próprio e com a sociedade.

As Máximas como sabemos são:
1. O Lobito pensa primeiro no seu semelhante.
2. O Lobito sabe ver e ouvir.
3. O Lobito é asseado.
4. O Lobito é verdadeiro .
5. O Lobito é alegre.

Os símbolos característicos da secção

Os símbolos da Alcateia, dos lobitos são imagens que representam a
realidade visível, um sinal particular com que se identificam e se reconhecem. Assim temos
características próprias e vivemos sob a Lei da Alcateia.
Estes símbolos vão imprimir à sensibilidade da criança um dinamismo afectivo novo, capaz de a
levar a intuir, a captar, a ir mais além na apreensão do sentido profundo das
coisas.
São eles:
* A Selva de que já falamos.
* O lenço amarelo e branco, “…cor do Sol dourado, símbolo de Jesus Cristo
nosso Amigo que nos ilumina e nos ajuda a crescer…”
* O Menino Jesus que os guia com o exemplo da criança que é.
* O Lobo e a sua vivência em Alcateia com as regras de Alcateia. Em alcateia existe uma
identificação do grupo onde o mastro totem represente cada elemento que passa e progride e
deixa a sua marca.
* S. Francisco de Assis
Conhecendo cada um de nós a história de S. Francisco de Assis, sabemos que
na Alcateia uma história deste jovem permite de uma forma alegre e nova
sentir todo o apelo ao crescimento e ao ultrapassar dos limites do que pode
surgir… Porque Francisco nunca desistia…
Através de Francisco compreendemos melhor o que Jesus queria dizia: “quem
quiser ser meu discípulo, não se escute a si próprio, tome a sua cruz e avance
comigo.”
Francisco é o pleno exemplo de servir da Melhor Vontade…
* Maugli – a criança que o Lobito quer ser…
* Boa Acção…

Em suma, o Livro da Selva e a mística vivida pela Iª secção tem uma riqueza simbólica que
permite ao lobito aprender pelo jogo, divertindo-se e numa linguagem que lhe é familiar… O
mundo da fantasia!
“ O nosso objectivo último é criar Homens. Homens em que se possa confiar; Homens
que saibam decidir por si próprios, sem se deixar levar por influências.”
Baden Powell